sábado, 29 de dezembro de 2012

Ideias é o que não faltam! Vai Corinthians!




O Corinthians fervilha em ideias. Que bom! Hoje caminhando pelo Parque São Jorge, observando a grande fila para ver as taças no Memorial, em especial a da conquista do bicampeonato mundial, ao encontrar-me com o Flavio Ferrari, do departamento Cultural tive uma ideia: Porque não criarmos uma exposição itinerante do nosso memorial?

A ideia está aí para ser desenvolvida. A princípio só a exposição dessa nova relíquia com selo da FIFA, marcando a 12ª edição do verdadeiro Mundial, já seria o bastante para atrair público em qualquer lugar do Brasil. Quem sabe a taça acompanhada com painéis de fotos da presença da nossa torcida no Japão?

Como disse a ideia está aí para ser desenvolvida. Mais uma colaboração nossa ao clube que tanto amamos e nos dedicamos de forma simples e transparente, o glorioso Sport Club Corinthians Paulista.

Ah! Essa exposição poderia até mesmo começar pela cidade de São Paulo, como acontecia antigamente com a presença da taça do campeonato paulista nas vitrines do extinto Mappin, ali no centro, no viaduto do Chá com a Xavier de Toledo. Se não estiver enganado hoje lá tem a Casas Bahia!

Na nossa conversa o Ferrari me informou que durante o período de exposição da taça da Copa Libertadores arrecadamos mais de R$250.000,00 e que agora em menos de 10 dias as bilheterias do Memorial já faturaram cerca de R$100.000,00.

Ernesto Teixeira – A voz da Fiel
Torcedor corinthiano; sócio, intérprete e compositor da Gaviões (8.005); sócio do Corinthians (305.216); suplente a conselheiro do Corinthians; idealizador do Comitê de Preservação da Memória Corinthiana (CPMC); colaborador da Rádio Coringão;
Formado em Gestão Desportiva e de Lazer pela Faculdade Drummond

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Um desserviço às Torcidas Organizadas!




Assisti ao documentário sobre as Torcidas Organizadas exibido na ESPN BRASIL e confesso fiquei decepcionado com o que ouvi de gente que se apresenta como porta-voz das diversas entidades espalhadas pelo país.

Não que o que eles tenham dito não seja uma realidade. A violência existe sim, inclusive na sociedade como um todo. É o que justificamos todas as vezes que somos pegos diante de um fato lamentável, como uma briga generalizada ou pior a perda de uma vida.
Nos tantos anos vividos dentro desse ambiente, dentro de uma entidade, a principal delas por sinal, não vamos negar que lá existem todos os tipos de pessoas. Afinal as entidades são parte da sociedade e não há como fugir disso. 

O que não posso admitir e desculpem-me até compreender é que gente dita como responsável por conduzir as praticas ideológicas dessas entidades venham a publico numa reportagem que será exibida em diversas partes do mundo falar de agressão e violência como se isso fosse a mola mestra de seus segmentos.

Como disse, sou parte de uma dessas entidades, aonde cheguei há mais de 30 anos e prefiro ficar com a verdadeira razão da nossa existência: a fiscalização dos atos praticados no clube para o qual torcemos o grande Sport Club Corinthians Paulista; as inúmeras ações realizadas pela torcida como a confecção de bandeiras, organização de caravanas, reuniões de sócios; as ações sociais desenvolvidas a partir da torcida, como campanhas do agasalho, alimento, doação de sangue, amparo a vitimas de catástrofes; e a nossa participação no movimento cultural conhecido como carnaval, desfiles, enredos, shows, etc.

Repito, não quero aqui tapar o sol com a peneira, mas apenas alertar que o material ali exibido, que não representa a totalidade de nossas ações e não faz parte da nossa ideologia, aqui falo pela Gaviões da Fiel,  apenas servirá de subsídio para os que querem transformar o futebol em um produto para as elites.

Há anos bato nessa tecla, inclusive dentro dos Gaviões. Em 1988 a Federação Paulista de Futebol, presenteou nossa entidade com carteiras que davam acesso aos jogos. Mostrei que ali começava o processo de desmobilização das organizadas. Até então eles nos temiam, não nos conheciam. Não sabiam quem eram as mentes que organizavam as festas, as grandes caravanas, as grandes mobilizações, inclusive políticas.

Com aquela atitude o órgão gestor do futebol passou a saber o nome, a ocupação e o endereço das tais lideranças. E claro isso era condição fundamental para quem tem como objetivo a organização do futebol como comercio, como negócio e não como algo cultural, um entretenimento para o povo. Não que as classes mais privilegiadas não devam estar presentes. Mas luto para que as menos privilegiadas não tenham esse direito tolhido, como já tiveram os campos da várzea que aos poucos viram apenas citações em livros de historiadores da evolução da sociedade.

O que está feito não pode ser apagado. As declarações desses porta-vozes estão lá para quem quiser ver e ouvir. Acredito que na verdade eles respondam por si e não por todos os outros que amam e acreditam nas Torcidas Organizadas. Não vamos negar que a violência realmente exista. Não vamos negar que isso de certa forma até está incutido em muitos seres humanos por diversas razões que não cabe aqui tentar entender.  Mas é obrigação de quem está à frente de qualquer movimento falar de sua ideologia, da razão que move a maioria dos que a ela pertençam.  E digo aqui, o dia em que esse espírito for o que predominar dentro da Gaviões certamente eu me darei por vencido e derrotado não terei outra opção senão pegar o boné e aguardar o fim dos tempos. 

Hoje prefiro acreditar --- mesmo com todos os problemas da sociedade e não apenas das Organizadas --- que o BEM é a maioria, que muitos olham pra frente tentando encontrar um convívio pacífico entre todos, mesmo entre os que não profetizem a mesma paixão clubistica. Digo sempre: a rivalidade pode existir, sem a violência!

Ernesto Teixeira – A voz da Fiel
Torcedor corinthiano; sócio, intérprete e compositor da Gaviões (8.005); sócio do Corinthians (305.216); suplente a conselheiro do Corinthians; idealizador do Comitê de Preservação da Memória Corinthiana (CPMC); colaborador da Rádio Coringão;
Formado em Gestão Desportiva e de Lazer pela Faculdade Drummond

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Essa gente que em 1955 tinha entre 10 e 13 anos, nem poderia imaginar...




Reflexão, sugestão de pauta para os programas esportivos. Imaginem uma pessoa com uma faixa etária próxima aos 70 anos. Essa pessoa em 1954, ano da conquista do título paulista do IV CENTENARIO, que na verdade aconteceu em fevereiro de 1955, viu ou ouviu o Corinthians ser campeão com 13 anos. Acho que esse raciocínio vale até para quem tinha uns 10 anos. Afinal com 10 anos já nos lembramos de várias coisas.

Essas pessoas passaram 22 anos e alguns meses sem ver o Corinthians conquistar outro Paulista.

Essa gente foi gozada, ouviu todo o tipo de piada, viu o clube ser administrado por uma ditadura, viu essa ditadura cair, viu cair também um tabu em 1968, contra o Santos. Mas título, depois daquele de 1954, demorou pra ver de novo.

Mas essa gente não desistiu, estimulada por parentes e amigos mais velhos que provavelmente já não estão entre nós --- pensando pelo lado da expectativa de vida do brasileiro ---, trouxe consigo e passou à frente para amigos, filhos e netos o que é ser FIEL.
E, depois de longo tempo essa gente, aqueles que em 1954 ou 1955 tinha entre 10 e 13 anos e viu ou ouviu o Corinthians ser O Campeão dos Campeões, voltou a vê-lo novamente em 13 de outubro de 1977.

E que campeonato!!! Que comemoração!!! Que exemplo de fidelidade, alegria e participação. Estádios lotados! Ou melhor, superlotados. O Morumbi chegou a receber quase 140 mil pessoas no segundo jogo da decisão de 77. A essa altura essa gente já estava na faixa dos 30 anos de idade, um pouco mais até. Quase chegando à metade do seu ciclo individual levando em conta a expectativa média de vida do brasileiro.

Nossa quanto tempo entre um título e outro. Vale lembrar que um pouco antes, em 1976, essa gente foi protagonista de um marco no futebol brasileiro invadindo o Maracanã para ver o Corinthians numa semifinal do campeonato nacional contra o Fluminense. E óbvio, mais uma vez ela, a torcida, a FIEL, foi preponderante e ajudou o time a seguir até a final da competição. Foi nos pênaltis, mas vencemos a máquina tricolor na sua casa! Saímos atrás e um beijinho doce dado a todos por Ruço nos deu o empate que levou a decisão para os tiros livres da marca de pênalti. Zé Maria foi quem bateu o último e sacramentou a nossa classificação. Esse fato ainda hoje é lembrado por quem lá esteve ou não. Virou livro e certamente vai virar filme. Documentário com certeza, pois eu já vi.

To falando de uma gente que sequer sei o rosto, não me vem à mente ninguém nesse instante. Mas lembrem-se estou falando daqueles que em 1954 e 1955 tinham entre 10 e 13 anos de idade.

Enfim, aos trinta e poucos voltaram a ver o Corinthians campeão Paulista de 1977.

No ano seguinte, logo no primeiro turno do Paulista, uma nova conquista. Vencemos o Santos! E essa gente mostrou sua criatividade e o seu deboche para com aqueles que durante anos e anos tentaram desestabiliza-los. Essa gente, logo após a conquista desse primeiro turno já mandou fazer faixas e adesivos que foram colados nos vidros dos fuscas, opalas, Mavericks e outros modelos de veículos da época, como a Kombi, por exemplo: ESTOU DE SACO CHEIO DE SER CAMPEÃO!

No final não vencemos a competição, ficamos apenas com o primeiro turno, mas em 1979, contra a mesma Ponte de 1977 voltamos a levar o Paulista. E os adesivos e faixas continuaram colados nos vidros dos automóveis: ESTOU COM O SACO CHEIO DE SER CAMPEÃO. 

Vale lembrar que nesse período, que se iniciou em 1954, ou se preferirem em 1955, afinal o Paulista de 1954 foi decidido em 1955, mesmo diante de imenso jejum a FIEL já dizia: CAMPEÃO OU NÃO ÉS MINHA PAIXÃO, uma espécie do NUNCA VOU TE ABANDONAR de hoje em dia.

Bem, de lá pra cá, essa gente dos 10 a 13 anos da década de 50, catequizou como já falei acima e passou a comemorar, conquistas e mais conquistas. Antes, outro detalhe: em 1979, também numa partida contra o Santos deu mostra de sua cidadania e estampou a faixa: ANISTIA, AMPLA, GERAL E IRRESTRITA, contra a ditadura, não mais do clube, mas do país. Claro isso teve consequências, mas não pra falar aqui agora.

Os paulistas adormecidos entre 1955 e 1977, começaram a chegar aos montes. Logo após 1979, vieram 1982, 1983 --- a DEMOCRACIA CORINTHIANA --- e só não veio o quarto tricampeonato paulista porque o Aragão não marcou um pênalti claro em Zenon na final da competição de 1984, contra o Santos. Mas em 1988, no ano da centenário da Abolição, vencemos mais um. Ganhamos do Guarani lá em Campinas, na primeira vez que uma decisão foi levada para o interior, obra do então presidente da FPF, José Eduardo Farah, que possuía ligações com o clube adversário. Bem, não teve importância. Lá na casa dos caras, essa gente que em 1954 e 1955 tinha entre 10 e 13 anos, viu Viola, na prorrogação, marcar de carrinho, após o chute errado de Wilson Mano. E no time deles tinha o Neto, que no primeiro jogo marcou um gol de meia bicicleta fazendo um a zero e que depois conseguimos empatar com um gol de Edson Boaro.

Mas se no Paulista éramos reis, o brasileiro ainda não tínhamos e era nisso que se apegavam os outros. Mas o brasileiro não tardou e num 16 de dezembro de 1990, com um gol de Tupãzinho, em pleno Morumbi, contra os donos da casa, eternos fregueses, ficamos com a taça. Não só ganhamos o primeiro brasileiro em 90 como em 1991 vencemos o Supercampeonato Brasileiro, ganhando do Flamengo.

Vai anotando aí pra não perder a conta. Foram 22 anos sem nada! E de uma hora pra outra o que era motivo de piada passou a ser o riso. Em 1995 aquela gente que em 1954 e 1955 tinha entre 10 e 13 anos e agora já na faixa etária dos 40 anos viu pela primeira vez o Corinthians vencer a Copa do Brasil. Ah, mais antes viu também a conquista de mais um Paulista.

O tempo vai passando rapidamente, os cabelos brancos vão chegando, mas essa gente não perde mesmo a paixão pelo Corinthians. E por que deixar de amar algo tão especial, tão importante e ao mesmo tempo tão insignificante --- é o que pensam os outros. Na mesma velocidade que os anos se sucedem também as conquistas não param. O SOFREDOR --- apelido dado pelos adversários durante aqueles 22 anos --- a grande maioria acredito, pois nossa torcida é formada por todas as classes sociais, mas os mais humildes são a maioria, já não tinha mais espaço em casa para guardar faixas de campeão.

Não percam a conta, eu insisto!

Logo após 1995, voltamos a ganhar o Paulista em 1997, o Brasileiro em 1998 e o Paulista e o Brasileiro em 1999. E mais Paulistas em 2001 e 2003.

Chega a confundir a mente! É tanta faixa é tanto título!!! Mas ainda nos cobram um título internacional!

Lógico estamos falando dos anos 50 pra cá e eles não reconhecem a Pequena Copa do Mundo de Caracas, na Venezuela. O Corinthians venceu e venceu bem, ganhando dos principais clubes europeus da época.

E se era um internacional que nos faltava ele também veio em seguida ao Bi Brasileiro, o terceiro de nossa história, em 2000, em pleno Maracanã, o mesmo de 1976, também com um contingente enorme da nossa torcida presente, vencemos o primeiro mundial oficializado pela FIFA.

A essa altura essa gente que tinha entre 10 e 13 anos na conquista de 1954 ou de 1955, já chegava aos 46 anos, um pouco mais, um pouco menos.

Os Paulistas não param. Em 2001 mais um. Em 2003 outro. Antes, porém, em 2002, mais uma Copa do Brasil. Em 2005 outro Brasileiro, o quarto da nossa história.

A alegria parecia não ter fim! Quantas, mas quantas conquistas desde a quebra do tabu em 1977? É título pra tudo quanto é gosto: Paulistas, Brasileiros, Copas do Brasil e um Mundial. Mas ainda não tínhamos a tal Libertadores! 

Em 2007 acontece um tsunami em nossa história. A três anos do nosso centenário fomos rebaixados à segunda divisão do Brasileiro. Uma catástrofe! Voltamos a ser motivo de piadas, o riso deu lugar à reflexão e essa gente agora já não teria tanto tempo assim para se recuperar e terminar os seus dias, quem sabe, com a satisfação das conquistas. Agora essa gente já havia passado a casa dos 50, um pouco mais com certeza. 

Mas o tsunami teve reflexo muito mais nas ações irônicas dos adversários do que propriamente na trajetória vitoriosa do Corinthians. Surge o NUNCA VOU TE ABANDONAR! E não vamos mesmo!

Não pensamos em virada de mesa, apenas tão somente na reestruturação interna, a partir de um processo democrático com eleições e novas propostas.

E aí essa gente, em 12 meses, pode conhecer também um título da série B do Campeonato Brasileiro, o único de nossa história. A taça que serve de espelho para aqueles que desejam brincar com a nossa tradição. Tanto os nossos como os que não são nossos, os adversários.
Com o brio aflorado já em 2009, outra vez um Paulista e agora, pra mostrar que não era brincadeira, invicto! E já no clima veio o tri da Copa do Brasil, invicta também!

O ano de 2010 foi marcado pela união dos adversários. O ano da entrega. Palmeiras e São Paulo perderam jogos para que o Corinthians não conquistasse outro brasileiro. Mas, diz o ditado: aqui se faz aqui se paga!

Em 2011 o penta brasileiro chegou e com ele a vaga para a Libertadores. Antes um parênteses, uma desclassificação na pré-libertadores, perdendo para um tal de Tolima pra delírio dos contra. Essas pancadas doem, mas não derrubam. Envergamos mas não quebramos.

Essa gente que tinha 10 ou 13 anos naquela conquista do Paulista do IV Centenário agora já estava chegando aos 60, ou quase lá. Tinha que ser agora ou correríamos o risco de até não ver em vida essa conquista.

Mas lá fomos nós com nossa história debaixo do braço o agouro dos adversários e nossa Fé traduzida em esperança eterna. Após 14 batalhas, de forma invicta, passando por times que juntos somavam 10 conquistas dessa competição: Santos (3), Vasco (1) e Boca Juniors (6). Os argentinos quis o destino enfrentássemos na final, para que tivéssemos que nos expor na temida La Bombonera. Temida que nada. Chegamos lá daquele jeito, com nossa torcida em peso. Pena que só nos mandaram quatro mil ingressos. Começamos perdendo e não desistimos, no grito e na raça, empatamos. 

Em 04 de Julho de 2012, no Pacaembu, aquele mesmo Pacaembu onde o Corinthians em 1955 venceu o Paulista de 1954, diante dos olhos ou dos ouvidos dessa gente que tinha entre 10 e 13 anos naquela época, o Corinthians sagrou-se CAMPEÃO DA LIBERTADORES! Dois gols liquidaram os olhos gordos dos adversários e calaram a boca dos Bocas!

Quem poderia a 60 anos atrás imaginar uma história como essa? Lembre-se que é 60 menos 22, período que ficamos apenas alimentando a nossa esperança e mostrando ao mundo a nossa fé. Em exatos 38 anos essa gente que em 1955 tinha entre 10 e 13 anos e agora já como sexagenários viram inúmeras conquistas de Paulistas, Brasileiros, Copa do Brasil, um Mundial e a tão sonhada Libertadores!

É mas essa Libertadores nos colocou em outra situação. O Corinthians teria que disputar o Mundial no Japão. Mundial, nos moldes daquele do ano 2000. Aquele que vencemos e insistiram dizer que não valia, pois foi um torneio de verão, embora tivesse Manchester, Real Madrid, Vasco, Haja Casablanca, Necaxa e Al Nasser (não sei se faltou algum). Inclusive essa final, transmitida pela Rede Bandeirantes, que registrou o seu maior índice de audiência de todos os tempos 43 pontos.

Logo foram conhecidos um a um os participantes desse Mundial de 2012. E enquanto os adversários iam sendo definidos a Fiel se organizava para outro feito: a INVASÃO INTERNACIONAL. Não bastasse duas vezes a tomada do Maracanã, em 1976 e em 2000, agora era preciso atravessar o mundo para poder estar ao lado do time na busca pelo bicampeonato mundial.

Muitos desdenharam, muitos ignoraram pacotes de agencias oficializados pelo próprio clube e por conta própria construíram seus roteiros, conseguiram seus ingressos e quando chegou dezembro partiram. 

Ah! Antes fizeram uma despedida ao time no aeroporto de Guarulhos, onde estiveram mais de 15 mil pessoas, entre elas sem dúvida alguém daquela época de 1955, que então tinha 10 ou 13 anos.

O mundial chegou. A torcida do Corinthians também. E chegou daquele jeito, tomando conta, fazendo a festa, colorindo de preto e branco a terra do sol nascente. 

Esses detalhes não necessitam tanta descrição afinal estão vivos em nossa memória, foi ontem.

Dois jogos, um pela semifinal em Toyota e outro pela final em Yokohama. No primeiro ganhamos do Al Alhy e no último, com o estádio parecendo o Pacaembu e certamente com representantes dessa gente daquela época de 1955 --- destaque para a Tia Geni, que não é nem sexagenária, mas “nonagenária”, tendo 91 anos, vencemos e convencemos. O Chelsea que havia eliminado o Barcelona na Liga dos Campeões e credenciou-se para esse Mundial, tendo derrotado o Monterrey (México) nas oitavas, não foi páreo para o time da zona leste, da rua São Jorge sem número e ainda, por enquanto, sem estádio. 

Essa gente que tinha entre 10 e 13 anos em 1955 quando o Corinthians venceu o Paulista de 1954 agora pode até descansar um pouco e contabilizar nas conversar com os amigos e os adversários: 


Um paulista do IV CENTENÁRIO
22 ANOS DE JEJUM
Um paulista de 1977, seguido de mais 10.
Cinco campeonatos Brasileiros
Um Supercampeonato Brasileiro
Três Copas do Brasil
Uma Libertadores invicta
Dois Mundiais invictos
E um estádio em construção, que será a abertura da Copa do Mundo de 2014.
 
E sabe tudo isso graças a quem? A essa gente que não se cansa, que nasce, cresce e envelhece e antes de partir passa o bastão. Essa gente que, excluindo-se aqueles que tinham entre 10 e 13 anos em 1955, soma mais de 30 milhões de loucos! Essa gente que torce e é cidadã nas ações políticas e na pratica cotidiana de suas comemorações. Essa gente que um dia escreveu na sua bandeira:

CAMPEÃO OU NÃO ÉS MINHA PAIXÃO
MAIOR QUE PELÉ SÓ A FIEL
TO COM O SACO CHEIO DE SER CAMPEÃO
ANISTIA, AMPLA GERAL E IRRESTRITA
EU NUNCA VOU TE ABANDONAR
MINHA VIDA, MINHA HISTÓRIA, MEU AMOR
AQUI TEM UM BANDO DE LOUCOS

Ernesto Teixeira – A voz da Fiel
Torcedor corinthiano; sócio, intérprete e compositor da Gaviões (8.005); sócio do Corinthians (305.216); suplente a conselheiro do Corinthians; idealizador do Comitê de Preservação da Memória Corinthiana (CPMC); colaborador da Rádio Coringão;

Formado em Gestão Desportiva e de Lazer pela Faculdade Drummond